sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

o que nasce e não sei não

o que nasce e não sei não

...
se inventou com falas de dentro de mim,
da água do sertão,
e de toda sua profundeza,
                                   sem fim.

pois lá na sua superfície,
que a mim se apresentara forte como o sol,
inundou minha presença quando se abriste,
e foi queda em precipício,
                                         houve cheiro de lírio.

e sob o véu de seus olhos,
houve um tempo novo,
feito broto de rosa,
                               que é flor e não é,

do mesmo jeito que é sem fim todo o sertão,
foste pra mim profundidade e torrente de rio,
também passado e presente,
                                            enfim,

de tanto a água correr e nascer sertão aqui,
apaixonei de ti, por seu mistério,
agora é primavera que não cessa,
morte d’uma e outra anunciação
                                                    agora é Diadorim.

Bernardo G.B. Nogueira
BH – verão - sertão

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