segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A prisão e a vida da linguagem: amar?



A prisão e a vida da linguagem: amar?
 
Temos o mundo em linguagem,
quantos mundos há?
E quantas linguagens há também?
Distantes caminhos restam a dizer,
encerrar em dito a tragédia da finitude.
Cantar canções e inventar caminhos.
No som da linguagem que se cria,
dado que dizê-la é viver,
e é ao mesmo tempo morrer,
dado, servido em mesa feita de conceitos.
Quiçá um silêncio nos salve,
da dor diária de dizer,
com olhos fechados inventar signos,
sonhos daquilo que não diz,
do que desafia a palavra,
pois lemos o mundo na medida em que amamos.
Pode-se não amar!
 
Bernardo G.B. Nogueira
Itabirito - primavera

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