sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

La clandestinidad

La clandestinidad
De quantas almas se faz um tempo,
o  da alma,
das pessoas que ela toca,
das que se esquece,
dos amores e dos sonhos,
das chuvas e das metáforas de si,
vertidas em e entre outras,
vestidas e investidas,
podem flutuar,
mas morrem também.
Entretanto é fábula,
disto que se cria,
ora mais perto, vez ou outra distante,
disfarces pra história se encaixar,
mas corre a lenda que é farsa,
artista no palco,
com luz e sem, opaco,
mas tem hora que a roupa não serve mais,
o figurino então se inscreve,
a alma então reclama ao tempo:
não me deixe ao relento!
Há que amar,
o céu, a lua triste, o mar,
pra sempre, quiçá,
posto que agora é o presente que se desfaz,
d’alma incoerente, choro bandido,
sabe-se lá onde vai dar,
não há esconderijo mais,
las calles me irão aguardar,
minha infantaria vai agora passar,
com flores em punho,
canhões munidos de paixão,
e se o dia é agreste e a noite escuridão,
de meus olhos clandestinos,
vai brotar um coração,
                                   atemporal.

Bernardo G.B. Nogueira
BH – verão - 2012

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