sábado, 8 de dezembro de 2012

ridículo

ridículo

 
e como é bom ser rídículo nesse caso,
todas as falas sem prender,
ao acaso,
rir e chorar ao mesmo tempo,
sem hora pra voltar, chegar atrasado sem tormento,
não ter uma roupa que se adeque
e bailar feito tonto sobre as regras,
límpidos e bêbados,
infantis e eternos,
com todas as horas perdidas,
ridículo como o palhaço,
ridículo com o cansaço,
entregue, a esmo, sem cessar,
a todo momento cirandar,
partir e não voltar,
isso porque voltar é o mesmo que se vai,
mesmo que voltemos diferentes,
deve-se ir, ir, rir, rir,
soltar a algema e prender pelo olhar,
escrever sem rimas e rimar com a pele,
cantar em um ritmo que não tem,
de maneira que sejamos cada vez mais ridículos,
e quando chegarmos ao cume da montanha,
que saibamos mirar o horizonte e inventá-lo,
descer rolando feito pedras que cortam o vento,
e com toda essa força que quebra qualquer tipo de ornamentação,
beijar enamorados e cândidos sob o aplauso frêmito de ninguém,
pois beijar, amar e ser rídículo são quase sinônimos...

Bernardo G.B. Nogueira
BH...horizontes

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