sábado, 4 de agosto de 2012

Acordes, e eu, mais não...


Acordes, e eu, mais não...

Como esse violão diz tanto de mim,
logo eu que quis me esconder,
fugir dessa nota que captura toda crosta,
furta e me desespera quando foge.

Quanta ilusão sai nessas notas,
porque o tanto desta invenção?
Qual o mar dessa visão?
...Perdido em desatino cor do furacão.

Feito seus olhos que levaram,
não me devolveram não,
solto em tempestade e trovão.

Depois do cataclisma,
olho do dragão,
essa orquestra me sinfonia em clarão.

Fui preso em cordas como caixão,
delas me soltei como pássaro da prisão,
de sua boca que me cantou.

O último canto!
Precipício de uma nota só!

Bernardo G.B. Nogueira
Inverno – Ponte Nova

Um comentário: