sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Adeus


Adeus

E agora o que vou fazer?
se há tanta distância entre seu inverno e meu outono,
métricas perdidas, passado no forno,
estrada inscrita em minha pele sem prazer.

Como vou ferver?
Se o toque da sua flor não encanta,
se a pétala de sua rosa decanta
e depois do gole que não faz derreter.

Se a face de sua boca me cala,
enquanto meu corpo reclama,
feito mar sem ressaca.

Enquanto trilha que não clama,
depois dum olhar que não sufoca,
resta a pele, que não é mais minha alma.

Bernardo G.B. Nogueira – inverno
Ponte Nova

Nenhum comentário:

Postar um comentário