terça-feira, 31 de julho de 2012

conversação


conversação

Então, pra quê tanta produção?
Tanta classe?
Tamanha entonação?
Nessa vida em disfarce,
sob olhar sem coração?
Pra quê o holofote?
A câmera e a televisão?
O som no carro, maldição.
Pra quê o tudo?
Este e o outro lado?
Pra quê um rio sem sensação?
Falsificação?
Pra quê tanto? Pra quê tanta?
Homem, mulher? Marido, esposa?
Viúvo ou separada?
Pra quê?
Se resta o pó, o chão.
Pra quê o brilho?
De onde vem essa devoção?
Pra quê os tiros e o canhão?
A pressa que não cessa?
A flor sem cheiro?
E o amor, que nem é por inteiro?
Pra quê o isto ou o aquilo?
Dentro de outro ou fora do mesmo?
Pra quê o cansaço sem direção?
Pra quê essas palavras?
Pra quê o pranto?
Pra quê a prosa e a cantação?
Pra quê o roubo e o ladrão?
Pra quê adivinhar ou fazer previsão?
Pra quê o humano se já nem se sabe dele mais não?

Bernardo G.B. Nogueira
Conselheiro Lafaiete – inverno.

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