segunda-feira, 23 de julho de 2012

Viagem


Viagem

Na solidez do meu fim,
fica guardada toda a imaginação,
a cada repique dos sinos,
uma multidão se refaz sobre as estepes.

Malditas feito cegos no jardim
a colher as flores do esquecimento,
guardadas em caixas de nuvens,
feito céu que não se abriu,

qual casulo que não pariu.

Imaginadas em cirandas sem início,
fim ou meio,
cantigas para vistas sem receio,
espadas cravadas sob um claro devaneio.

Amanhecido de mim,
findou enquanto vivi,
em todas as labaredas criadas,
versos impuros e almas encurraladas.

Doce sabor do mistério,
de criatura que não foi criada,
do invisível na noite calada,
das frias montanhas,

da nossa doce escalada.

Bernardo G.B. Nogueira
Inverno – Conselheiro Lafaiete

Canção para embalar a leitura:
http://www.youtube.com/watch?v=TL_FEFMlzVY

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