quarta-feira, 11 de julho de 2012

um...


um...

Pensei que havia um ar em comum
Como flores que nascem da mesma primavera
Feito copo que mata a garrafa
Qual um gole que toma a lucidez
Enquanto cigarro que queima sob uma vista incerta
Depois que a água deixa o leito e deserta
Como a face depois do choro pela fresta
Da janela aberta em chuva insana
Igual palavras de poema que se completa
Em rimas cadentes depois da pele tocada
De jeito que o corpo se entrega
Sem aviso nem conversa
Pelo estranho acaso que se completa
Em notas que se criam em trilhas incompletas
Infante como conquista inédita
Perdido como cheiro que faz festa
De alguma paralela que ao longe espreita
Escondidas fazem seresta
Para surdos de amor em noite mestra
Que nos cria como farrapo que resta
Pelo tempo liberta
Pela falta dele que desespera
Pensei que havia uma vida em comum
Havia vida, mas havia só um...

Bernardo G.B. Nogueira
Ponte Nova - inverníssimo

Nenhum comentário:

Postar um comentário