quinta-feira, 5 de julho de 2012

ando

ando

de costas para a vida,
vê-la não me convém,
detém meu peito a partida,
dela quero o mel,
não quero a medida
do inferno  e das coisas benditas
indiscutidas,
verdadeiras feito o sol da madrugada,
qual amor em tempo de fachadas,
qual frio em dia ensolarado.

Quero o céu e a esquina, que cria
em cada olhar e em toda trilha,
como fruto de fantasias,
real, esculpida na face do não,
contra a classe e a multidão,
esquivo do tempo e da maldição,
de olhar pra trás...

olhar pra trás!
ollhar pra trás!

Bernardo G.B. Nogueira
BH - inverno

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