quantas horas?
devia-se
desnudar assim, logo cedo,
não
carece esperar anoitecer,
o
dia lhe pode trazer intempéries,
por
isso, deixe cair o véu pela manhã,
no
alvorecer é que se dão nascimentos,
esteja
sob a luz refletida,
imponha
teu seio contra o vento,
caminhe
sólida e aérea, etérea,
prefira
o não caminho, crie,
em
meio à gente, cometa o crime
de
invadir com olhos cálidos e versos,
não
te faça concessões,
sempre
o desnudar,
cedo,
sem hesitação,
esqueça
do tempo,
que
não volta, não vai, nem será,
entregue
a armadura,
ao
meio do dia esteja exausta,
sonolenta,
mire a tarde brotar entre o céu avermelhado,
quando
a noite vem,
conte
a ela que jê és pura,
magia
de vida que viveu pela manhã,
nua
feito a primeira rosa do deserto,
frágil
como o arco-íris,
inevitável,
que
só a manhã, criança, embalou e fez nascer...
Bernardo
G.B. Nogueira
Conselheiro
Lafaiete – verão, 2013.
Delicada, suave e linda, poeta de maio!
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