terça-feira, 15 de janeiro de 2013

do que não sei

do que não sei

do que não sei é da chuva,
que não para,
que insiste em tilintar ali fora,
que tem pingos próprios,
que corre,
que molha o telhado ao lado,
do que não sei é da chuva,
que tem uma pitadinha de sal, igual a lágrima,
e que não volta atrás,
que cai sempre nova,
que floresce,
que inunda,
que depois tem arco-íris,
mas antes, trovão,
e essa chuva,
que é samba no verão,
mas que é fado também,
ela muda as estações,
brota um novo fruto e se vai,
se volta não se sabe,
sabe só que foi choro e canção,
de noite ou a tardinha,
da chuva que nasceu em seus olhos, infinitos,
deles, sei também não...

Bernardo G.B. Nogueira
Conselheiro Lafaiete

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