sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

navalha na vida



navalha na vida

ao ver o espelho,
havia em meu olhar dionisíaco restos de cinzas,
mato queimado,
fogo que rasgou o tempo de mim,
pra dentro do meu sonho,
de longe ouvia o suspiro final,
com rangido perdido de peito rasgado,
lancinante como a nota última da sinfonia,
leve como a saudade,
doido como as águas que levam o rio pra longe,
impossível como olhares sem cor,
verdadeiro como o sonho
falso como a promessa,
real como a poesia,
triste como o samba,
humano feito a morte.

B.
Conselheiro Lafaiete – verão - 2013

2 comentários:

  1. Surpreendente a arte de transpor em palavras nossas alegrias e angústias, realizações e frustrações, nosso desenvolver físico e metafísico; enfim, nossa vida. Aqui fica meu recado de admiração quanto a construção aqui feita neste espaço.

    Com sinceros agradecimentos do sempre aluno

    Gabriel Caio

    ResponderExcluir
  2. Caro Gabriel, as inspirações são olhares que colhemos na estrada...grande abraço. Obrigado. B.

    ResponderExcluir