sábado, 17 de novembro de 2012

pra quê não criar?



pra quê não criar?

Só bastaria que você visse a metafísica,
toda a soma das curvas enganadas em que me perdi,
desse a mão à noite que me carrega,
e como cavalo selvagem bailasse em meu peito,
depois da valsa tranqüila que fez o feito,
conquista de campos ultrapassados,
igual àquela canção que ninguém mais ouve.
Restaria sua voz em meu colo só,
pra fazer do outono cinza um arrebol,
isso tudo apenas pra me ver
no arco-íris de seu sorriso,
pra em um choro triste escorrer a noite,
e na manhã seguinte,
verso sem rima de um amor que nasceu,
pois amar é ver o que não tem,
só pra criar,
ciranda de menino que te fez maior que todos campos,
um amor que é vento rodado pelo moinho do que você compôs...

Bernardo G.B. Nogueira
Conselheiro Lafaiete     

Nenhum comentário:

Postar um comentário