Espera
Eu vou te
esperar,
sempre vou
estar aqui,
ali ou
acolá,
mas a sua
espera vou ficar.
Eu vou te
esperar,
mesmo que
a chuva não caia,
que o sol
não saia,
independente
de ser uma cilada.
Eu vou te
esperar,
inclusive
quando chorares,
a cada
sorriso e nos dias sem tardes,
ainda que
sua mão sem mim se distraia.
Eu vou te
esperar,
depois da
noite e pela madrugada,
a cada
manhã, acordada,
mesmo que
a solidão esteja minha enamorada.
Eu vou te
esperar,
antes e
ainda que se despeça sem uma última mirada,
com toda a
fornalha do alvorecer, estarei sua finada,
de maneira
que seja livre sua estada.
Eu vou te
esperar,
por mais
que outros olhos te levem,
leve
permanecerei como sentinela, de guarda,
como um
gato apaixonado pela sua empregada.
Eu vou te
esperar,
mesmo
sabendo que irá se demorar,
ainda que
tenha sorte em sua escapada,
mesmo que
seja outra a sua morada.
Eu vou te
esperar,
mesmo que
em ti, outro corpo tenha se esgueirado,
de um
jeito que seja mais que o esperado, mais que pecado,
porque
esperar mesmo é maior que o tempo contado.
Eu vou te
esperar,
por toda
tarde desaquecida pelo vão de ti,
e ainda
que saiba que não voltarás,
irei
esperar.
Pois foste
sempre aquele que me fez esquecer,
aquele que
a vida fez aparecer,
aquele que
me mostrou que o tempo não existe,
e que há
apenas o amor, arte da espera, arte do viver.
Bernardo
G.B. Nogueira
Outono –
Itabirito.
Belíssimo poeta!
ResponderExcluirE se a gente espera mesmo sem querer é porque a nossa alma clama por outra alma incansavelmente e inerente a qualquer situação ou razão...