terça-feira, 15 de maio de 2012

Do lado de quê?


Do lado de quê?

Contra o explícito
o verídico
e o fatídico,

contra o machismo,
o revanchismo
e o chauvinismo,

contra o correto,
o sempre ereto
e o que não é incerto,

contra a reta,
sempre certa,
parcimoniosa e discreta,

contra a tendência,
a essência
e toda a coerência,

contra o esforço,
o excesso do gozo,
mentiroso e que é forçoso,

contra a gramática,
do macho,
não máquina.

pelo amor,
pelo poeta,

pelo erro,

pela mulher,
talvez o homem.

GB Nogueira
Outono – Itabirito 2012.

2 comentários:

  1. Eu queria entrar na sua cabeça e descobrir de onde saem essas palavras...
    Tem mais?
    Por que não acabam?
    Ainda bem que não acabam!

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  2. "ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ!"

    Se sou homem, primeiro sou humano
    Não se alimenta da mentira, apenas degusta o engano
    Se nas tuas velas sopraram o melhor de gregos e troianos
    Sobraram aqui as ferramentas, a mais valia e as solas do tirano.

    Cresce a árvore, dá-se o fruto
    O menino come, chuta a bola, nesse mundo é absoluto
    Enquanto o granulado pálido da morte absorve o que é justo
    Numa outra sociedade, em outras vidas, em outras ruas, em outro mundo.

    Todo grito de sangue aqui é normal, é a vida, é esporte
    O que não luta, machuca, agride e morde se torna a consorte
    Longe de uma realidade campestre onde repousam a compaixão e a sorte
    É difícil entender a mão sem calos, a flacidez, a pele sem cicatrizes e cortes.

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