quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sagrado


Sagrado

Me tiraste de mim
como quem rouba o sol,
da flor tenra que espera calor,
do corpo gélido que sucumbe de dor,

deixaste a sombra de um grande arvoredo,
em mata densa me perdeste sem descanso,
de-clamar seu tom, que em mim fizeste manso,
mas foste pela noite em madrugada de pranto.

Levaste sem perdão todo o acalento,
esqueceste por perto todo o tormento,
de não abrires a porta feito céu cinzento

em primavera me vestiste,
para sorveres meu cheiro pleno,

depois me devolveste,
tão selvagem quanto virgem.

Bernardo G.B. Nogueira
Conselheiro Lafaiete

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