quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

E todas as estações passaram,

E todas as estações passaram,

noite e dia,
morte e vida,
verdade e alucinação,

lucidez divina e maldição,
canção de lira e surdez ao chão,

estrada perdida,
sem encontros ou perdão,

tristeza plena e felicidade ao meio,
luz e escuridão,

paz de dentro contra um furacão,
de fora o vento, e no peito aflição,

uma voz serena e olhar de criação,
abraço terno e fraqueza sem medidas, sem palavras,

de um acorde branco, se fez estampido,
nos ouvidos sensíveis harpas em sifonia,

céu intenso, com inferno próximo,
perdição do corpo e calidez no sonho,

interior profundo, riso defunto,
levanta-se na noite, e se parte em cacos desnudos.

Inverno, verão,
Outono e canção.

Só a primavera que imaginamos não passou,
floresceu.

Bernardo G.B. Nogueira
Itabirito

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