quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vinhos em taça de deuses

Vinhos em taça de deuses

Beber vinho em forma de oração,
sorver o gozo como diz uma canção,
deitar o verbo em cantiga de ninar,
pousar a mão como quem brinca n’um tear.

Soprar o beijo em métrica de paixão,
unir o corpo para depois ser entonação,
desditar do tempo e esquecer o silêncio,
suspiros imensos em tom de incêndio.

Quisera a lua cantar esse bailar,
de uma noite sem fim para o mundo encenar,
palavras de um verso que não se quis esquecer.

Em um tanto de distância uma busca ditosa,
prazer em carne viva e uma vida que aflora,
deuses divinos que cantam entorpecidos enquanto namoram.

Bernardo G.B. Nogueira

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