domingo, 2 de junho de 2013

duvidação



duvidação

sabe-se lá se cada manhã deveria mesmo ser cantada,
nela se foi mais uma noite.
achamo-nos enganados em louvar a vida?
seria mais entendido louvar a morte?
dela temos toda a incerteza,
enquanto isso vivemos a correr,
dela e p’ra ela,
sem nos darmos conta,
caminhamos à mercê da vida,
mãos dadas com a morte,
uns com mais fervor,
outros mais distraídos,
aqueles contando horas,
esses últimos, prosas,
vendo os rios,
ah! essa manhã de outono me acabrunha,
sei se a dela me enamoro e faço cria?
sei se dela me desdenho e faço rima?
de todas as curvas,
a madrugada fez-se boa,
pois que de duvidar é que a gente voa,
e sem saber se dia ou noite,
se tarde ou aurora,
vacilo pelas tardes daquela estação que nem ri e nem chora,
todo outono a gente nasce,
e todo outono a gente morre,
as velas?
...podem acender pra quem nunca morreu.

B.

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