duvidação
sabe-se
lá se cada manhã deveria mesmo ser cantada,
nela
se foi mais uma noite.
achamo-nos
enganados em louvar a vida?
seria
mais entendido louvar a morte?
dela
temos toda a incerteza,
enquanto
isso vivemos a correr,
dela
e p’ra ela,
sem
nos darmos conta,
caminhamos
à mercê da vida,
mãos
dadas com a morte,
uns
com mais fervor,
outros
mais distraídos,
aqueles
contando horas,
esses
últimos, prosas,
vendo
os rios,
ah!
essa manhã de outono me acabrunha,
sei
se a dela me enamoro e faço cria?
sei
se dela me desdenho e faço rima?
de
todas as curvas,
a
madrugada fez-se boa,
pois
que de duvidar é que a gente voa,
e
sem saber se dia ou noite,
se
tarde ou aurora,
vacilo
pelas tardes daquela estação que nem ri e nem chora,
todo
outono a gente nasce,
e
todo outono a gente morre,
as
velas?
...podem
acender pra quem nunca morreu.
B.
Nenhum comentário:
Postar um comentário