domingo, 9 de setembro de 2012

O que me tornar?


O que me tornar?

Hoje eu falei com pessoas do meu passado,
talvez eu nem me reconheça mais,
são tantos passados que o presente me falta
palavras ficaram por serem ditas, o presente nasceu assim.

Os rastros de mim restaram nestes semblantes que encontraram,
encenaram encontros fortuitos esquecidos pelo vento,
a figura que ali se montava era eu e nós,
impossível não o ser, o ser que nos cria e mata.

Cada timbre foi um estermínio de minha parca memória,
o parto daquelas palavras ressoaram em minha estrada,
a porteira que batia lá atrás cuidava das próximas curvas.

Defronte ao abismo caiam risos e lágrimas,
abraços perdidos e outra face apunhalava meu futuro,
era eu a nascer entre a gente que me lembrava o quanto eu não fui.

Bernardo G.B. Nogueira
BH – inverno e noite.

2 comentários:

  1. Parece trecho de romance, Bernardo. Diferente dos seus outros poemas.
    Quero saber o final dessa estória rsrsrs
    Abração.

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  2. Concordo plenamente com a afirmação acima!

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