Em pedaços
Quantas
idiossincrasias transbordam de mim,
salta feito águia
em precipício,
qualquer atrito
resta esquecido,
em rastros
imaginários que criam alvorecer.
Caçada insana
frente ao inimigo,
em guerra fecunda
de cores,
surgem dum rosto
inscrito em flores,
voam pelo ar como
rajadas de sol.
Ficou em carne
viva esse som,
recitado em
versos de tom maior,
monossílabos que
diziam o mundo.
Cada pegada foi
um pedaço que ruiu,
como as folhas
que rolam pelos galhos,
fui noite fria
que entranhou em seus olhos.
A noite daquela
enchente lavou meu peito,
desnudou a face e
trouxe o canto novo,
a poeisa ficou
pronta quando sai de mim,
as rimas agora
estão todas feitas.
Palavras
candentes de uma tempestade que não caiu,
partiu.
Bernardo G.B.
Nogueira
BH – inverno
velho e novo.
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