quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O homenzarrão

O homenzarrão
 
Porque tanta solidão?
Sempre há passos tortos na multidão.
Distantes dos olhos sem paixão.
Vertidos em trilhas sem direção.

Porque as lágrimas ao chão?
Se sempre tem um barulho a tilintar na escuridão.
Se de tantas cores fazem turbilhão.
Se as harmonias foram esquecidas sem precisão.

Pra quê essa incomodação?
Se há tanto cômodo sem luz.
Se há o porão?
Pra quê essa inflamação?

As lembranças podem cair.
Pode ter um dia sem alucinação.
Pode ter samba sem canção.
Pode até ter vida no caixão.

Pra quê essa lamentação?
Se até as teclas não tem fim não.
Escrevem para além da imaginação.
Sozinhas e sem proteção,

d’um coração que fala e não consegue enxergar a precisão...
...ão
ão...
...ão

Bernardo G.B. Nogueira
BH – inverno quente.

Um comentário:

  1. Só falta agora fazer a melodia... já pensou que esse poema daria uma linda música!?!

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