Chuva infinita
Não é simples ouvir o mundo em versos,
em uma hora se cala e em outro, universo.
De um lado o campo, para sempre silvestre,
arroubos de sonhos e rimas agrestes.
Uma rua cheirosa e um olhar inerte,
lugares novos e palavras em cor,
romance em traços e estrofes doces,
um beijo lançado, ar, cheiro, agridoce.
Torpor entre os passos, visadas sem traços,
caminhada perene, gole, vinho, embaraço.
De tanto poema, barulho e cansaço,
descanso na chuva, imensa, meu infinito regaço.
Bernardo G.B. Nogueira
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