sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Por entre, sentir...

Por entre, sentir...

Nascia um sentimento por entre as frestas da neblina,
a montanha recebeu a escuridão com a leveza de uma mãe,
tomou nos braços seus sentimentos e se embeveceu sem visão,
esguios destinos deambularam sob um céu não visto.

Uma montanha sem som que distanciava os sentidos,
fugiam do peito, ferozes feito lava.
Rufos de tambor e uma queda alucinada,
descompasso de sons se esbatiam ante uma rocha invisível.

Soprava um vento de assobios indistintos,
respingos de uma chuva que foi canção,
rajadas de olhares e uma visão míope,
ao longe sentiu-se o cheiro das palavras repetidas.

Um rasgo no coração deixou espiar a noite,
fugidio, o sentimento esgueirou-se por entre meus eus.
Calafrios diziam d’uma batalha: frio e fogo.
Senti minh’alma se ir, depois de vivo, não há mais fuga, nem morte.

Sentimentos...

Bernardo G.B. Nogueira
Conselheiro Lafaiete – noite e chuva.

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