segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Poeminha, em dias que se iniciam de tarde...

Hoje de tarde,

não queria o dia tão azul,
nem precisava de uma noite com tantas estrelas.
Os pardais poderiam se dispor de sua sinfonia,
e as nuvens no céu, disformes se dariam.

não queria um som tão afinado,
a mim bastava tocar o chão molhado,
no recanto de minh’alma,
eu, e minha mágoa, be e mol, e mais nada.

os olhares deveriam ser desviados,
o rosto inerte já seria meu resguardo.
O vento frio que chega daquela fresta entre os prédios, seria ele meu regato,
choro de criança, choro soluçado.

poderia ser menos que ontem,
um amanhã de silêncio por entre um presente tão animado,
de resto, poderíamos decidir pelo abraço,
escolher um silêncio e um sorriso não forçado.

poderia ser sempre,
sempre amor e sempre paz,
sempre sorriso e sempre abraço,
sem céus e sem sons, sempre um olhar leve e encantado.

Bernardo G.B. Nogueira 11/09/2011 – Conselheiro Lafaiete

Um comentário:

  1. Bernardo, é um prazer ser amiga de um poeta como você. É sem dúvida uma dádiva ter o privilégio de ler escritos como este, eles nos elevam, acalmam nossas angustias e alimentam nossa alma, nossos desejos e imaginações e/ou ilusões, não sei ao certo. Obrigada. Continue assim, escritos fortes, intensos e incrivelmente encantadores. Janaina Morina.

    Sim, "(..)poderia ser sempre", sim, "sempre amor e sempre paz". Sim, "sempre sorriso e sempre abraço (...)".

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