terça-feira, 25 de outubro de 2011

Um diálogo em que tudo pode dar certo

Um diálogo em que tudo pode dar certo

Há apenas uma necessidade, meu amor,
não posso dar-te nada além,
por mais que minha ciência procure,
tenho só um barco desprendido do cais.

Existem até algumas teorias em nosso entorno,
mas a nota é uma só.
Outras tantas diferenças e vontades, manias e olhares,
mas as ruas não estão mais como antes, há um perfume.

Precisamos de um algo, de um afago.
Foi um sonho e dias a mais,
um meio trocado, e um fim inacabado.
Foi daí que brotou esse novo incerto.

Quanta previsão, quanta precisão.
Ah, foi por isso que nos mudamos...
Era essa verdade que nos aproximava,
mas foi ela mesma que nos desprendeu.

Primeiro um corte, intensamente forte,
depois, suave e como que natural.
É, há apenas uma necessidade.
Não percebê-la antes que ela apareça,

mesmo que ela apareça de barco,
em forma e moldes de fotografia,
ou então em um gole ao avesso,
e mesmo que caia sobre nossa cabeça.

Não pude explicá-la, meu amor,
Apenas me sentei e deixei-a entrar.
Adeus, agora se vá,
eu não conseguirei explicar mesmo.

Vamos nos abraçar na próxima data,
não precisamos pensar que existe alguém a nos observar.
É o fim, sabido ou não,
Sorte, amor e vida, palavras sem necessidade alguma.

Bernardo G.B. Nogueira Primavera,
chuva e sorte. Conselheiro Lafaiete

3 comentários:

  1. A "verdade", que é tão ocidental, caiu muito bem no seu poema.

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  2. Melhor de poemas de tantos e tantos que já li...
    Acho, aliás acho não. Me identifiquei em uns poucos momentos da minha vida.

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  3. Suficiente.
    Vivemos vária vidas em apenas uma e no final tudo pode dar certo.

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