domingo, 12 de maio de 2013

entre



entre

pra viver tem que saber bem o morrer,
é no outono que a primavera se inspira,
contempla a morte de si enquanto prepara a vida,
a folha que cai é a primavera esperada,
os galhos solitários dedilham o som que vem,
da flor que nasce quando morre a sombra,
bem ali entre o que foi e  ficou dito,
na ausência da fala, silêncio,
ao fim do silêncio, gemido,
pela fotografia que fere de morte o tempo,
faz nascer a lembrança,
pra cada morrer há uma vida,
e de tanta vida,
a morte talvez seja a saída,
pro amor de ontem deixar seu rastro e partir...

B.

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