sábado, 27 de outubro de 2012

Cis-mar



Cis-mar

Vive-se de cismar,
cismo em mim,
cisma de ti.
Fico a olhar,
cismado com o redor,
despido de preceitos,
só com cisma mesmo.
Um abalo,
Sísmico.
Mas aí é outra coisa.
Mas a cisma percorre aqui,
ali e acolá.
Distante e em mim, em ti!
Cismo o verbo.
Cismo o corpo.
Deixo o vento levar.
Foi o dia e veio o som de silêncio na madrugada.
E é sempre nela que cismo,
de ver a noite e chorar a lua,
por vezes coro ao falar assim,
de tanto cismar,
meu som, seu timbre.
Perco o fio,
sem meio, meada ou fim.
Só um coração que cisma,
cisma de querer a ti,
longe,
encanto insistente.
Cismado de amar.
Voo desmedido e mar.
Qual dia em que cismei ser minha existência uma parte de si...

Bernardo G.B. Nogueira
Conselheiro Lafaiete – primavera, 2012.

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