segunda-feira, 29 de outubro de 2012

De onde sai o amor...


De onde sai o amor...

Da lindeza só pode nascer mesmo beleza,
do seu florescer, só pode voar pólen,
da manhã que é seu olhar,
não podia nascer outra coisa senão sereno de frescor,
dos passos seus que são poesia,
vai música e melodia,
de um seu sorriso tão fácil,
toda a cadência do samba,
pois você é quase uma frase musical quando caminha,
de uma formosura qual a mais linda amora,
pois mora em ti a candura,
namora contigo a fauna,
seu leito é flora,
e sua alma aflora todo dia de manhã,
isso tudo, pois és o porto em que chega e vai o amor...

Bernardo G.B. Nogueira
Primavera - 2012

Acorde-s


Acorde-s

é bom quando você me acorda,
e quando tem música na porta,
parece que dormi com serenata,
seu canto é dia e lua,
e depois que chegas,
na brisa constitui morada,
pois toca de leve em meu corpo inerte à sua navalha,
corta-me os poros,
faz jorrar gotas de paixão,
estende a manhã pela tarde, e o dia, imensidão,
haveria de ter outro mundo pra sua aparição
não existe mesmo e então,
então pra te receber,
ode do amor eterno que faz rima de seu encanto,
cria outra hora pra seu dia,
uma nova estação,
é bom quando você me acorda..

Bernardo G.B. Nogueira
Primavera – 2012

sábado, 27 de outubro de 2012

Veja a ti...



Veja a ti...

eu tenho tanta coisa dentro de mim,
tanta coisa,
que as vezes penso que vou explodir,
se não escrever...morro,
se escrever, também,
prefiro as palavras ao vão que me arreda do sol...
por isso os versos,
daí a canção,
o mar o amor e a ilusão,
a saudade a noite e a perdição,
o louvor da flor e sua entonação,
cada dito escrito, o silêncio não,
depois da chuva a perfeição,
da tez vazia e os olhos em ovação,
cada dia foi noite em sua ausência,
a poesia, no entanto, não esquece,
me faz tardio em sua perfeição,
serena e guerra, súplica de minha imensidão,
o mar de sentidos levou a expressão,
perplexo,
de joelhos,
coração aberto, olhos cortados,
lágrimas em sinfonia, meu choro, seu samba,
cantemos essa perfeição,
do amor que chega e do peito que explode feito exclamação,
!

Bernardo G.B. Nogueira
Conselheiro Lafaiete – primavera, 2012.

Cis-mar



Cis-mar

Vive-se de cismar,
cismo em mim,
cisma de ti.
Fico a olhar,
cismado com o redor,
despido de preceitos,
só com cisma mesmo.
Um abalo,
Sísmico.
Mas aí é outra coisa.
Mas a cisma percorre aqui,
ali e acolá.
Distante e em mim, em ti!
Cismo o verbo.
Cismo o corpo.
Deixo o vento levar.
Foi o dia e veio o som de silêncio na madrugada.
E é sempre nela que cismo,
de ver a noite e chorar a lua,
por vezes coro ao falar assim,
de tanto cismar,
meu som, seu timbre.
Perco o fio,
sem meio, meada ou fim.
Só um coração que cisma,
cisma de querer a ti,
longe,
encanto insistente.
Cismado de amar.
Voo desmedido e mar.
Qual dia em que cismei ser minha existência uma parte de si...

Bernardo G.B. Nogueira
Conselheiro Lafaiete – primavera, 2012.